domingo, 20 de março de 2011

Paradoxo

Dizem que quando estamos bêbados ou embalados por fortes emoções, falamos o que realmente pensamos, mas sem pensar. Um paradoxo, mas que me convence. Na física, impulso é a grandeza que mede a variação da quantidade de movimento de um objeto. Na vida, a atitude tomada sem pensar. Tanto em uma quanto em outra, as consequências são incalculáveis.

O simples ato de falar o que penso, sem nem deixar o cérebro realizar as sinapses necessárias para avaliar a fala, pode começar uma discussão sem fim, sobre visões políticas, engatando no futebol, indo parar na religião. Pode, também, acabar num relacionamento. Ou pode não dar em nada; o interlocutor já deve estar cansado de ouvir tanta besteira de um sujeito só.

Engajado numa discussão, um conhecido levou um belo soco no olho esquerdo porque cantou o hino do Flamengo no meio da torcida do Vasco. Embalado por uma música, meu irmão pediu a melhor amiga em namoro. Durante o desfile dos blocos de carnaval, milhares de pessoas fizeram xixi nas ruas.

O fato é que o impulso tanto ajuda quanto atrapalha. Cabe ao cérebro ser rápido o suficiente para processar a variação da quantidade de emoções envolvidas naquele momento. Bêbados ou não, eufóricos ou não, sempre falaremos o que pensamos. Antes, porém, devemos pensar no que falamos.

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